Juiz que usou nome falso é defendido por problemas de saúde mental

Juiz Aposentado Usou Nome Falso por 44 Anos e Alegou Transtorno de Personalidade
Acusação de Falsidade Ideológica
O juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis, conhecido como Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, enfrenta acusações de uso de documento falso e falsidade ideológica. Em resposta à acusação, apresentada à Justiça de São Paulo na sexta-feira (16), sua defesa alegou que Reis apresenta características compatíveis com o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Esquizoide (TPE).
Laudo Médico e Insanidade Mental
Os advogados Alberto Toron e Renato Marques Martins solicitaram a instauração de um incidente de insanidade mental, apresentando um laudo médico que sustenta a condição de Reis. O documento aponta que o magistrado "perdeu a capacidade de autodeterminação" ao mudar seu nome, embora ainda preservasse a capacidade de entender seus atos. O psiquiatra forense Gustavo Bonini Castellana, autor do laudo, indicou que Reis pode seguir com psicoterapia semanal, sem necessidade de medicação.
Testemunhas de Defesa
Na mesma peça processual, a defesa listou seis testemunhas, das quais cinco são desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo. A defesa argumenta que, apesar do uso do nome fictício, Reis "nunca faltou com suas obrigações" durante sua carreira.
Histórico do Caso
Reis foi denunciado pelo Ministério Público após viver com uma identidade falsa por mais de 40 anos. Ele se aposentou em abril de 2018, atuando na 35ª Vara Cível de São Paulo. A Promotoria afirma que "Wickfield" enganou praticamente todas as instituições públicas, mantendo simultaneamente sua verdadeira identidade. O juiz possuía documentos válidos tanto em seu nome real quanto no nome fictício.
A defesa destacou que a mudança de identidade não teve a intenção de prejudicar terceiros ou obter benefícios indevidos. "Movido por uma questão existencial, familiar e triste, [Reis] sentiu-se compelido a mudar sua identidade e recomeçar uma vida nova", argumentaram os advogados.
Com informações de: G1