Fraudes eletrônicas: Criminosos recorrem a chamadas automatizadas

Aumento de Robocalls no Brasil Levanta Preocupações sobre Fraudes e Segurança

Crescimento das Chamadas Automáticas

As chamadas automáticas, conhecidas como robocalls, estão causando crescente preocupação no Brasil. Estima-se que 20 bilhões de ligações sejam realizadas mensalmente, com cerca de 10 bilhões sendo disparadas por robôs programados. Essa alta taxa de operação não apenas incomoda os usuários, mas também está associada a uma série de crimes.

Crimes Relacionados

Especialistas ressaltam que as robocalls são utilizadas para a prática de falsidade ideológica, fraude eletrônica, crimes contra as telecomunicações e até mesmo lavagem de dinheiro. Investigações, como as do programa Fantástico, evidenciam como essas operações ilícitas se desenvolvem. Muitas empresas de telemarketing adquirem listas de dados pessoais de forma ilegal, comprando informações sensíveis de fornecedores sem o consentimento dos afetados.

Técnicas Enganosas

Uma das táticas utilizadas é a alteração do DDD das ligações, fazendo com que chamadas de um local pareçam originadas de outro, o que representa uma abordagem abusiva. Além disso, os números de telefone podem ser gerados aleatoriamente, dificultando que as vítimas consigam bloquear essas chamadas. "Isso pode caracterizar fraude eletrônica com pena de até oito anos de reclusão", afirma José Milagre, advogado especializado em crimes digitais.

Efeitos na Vida Cotidiana

As chamadas indesejadas não apenas prejudicam a segurança financeira, mas também afetam a vida cotidiana. Gabriela Scholl, funcionária pública, perdeu a oportunidade de realizar um exame médico crucial depois de não atender uma dessas ligações. A luta contra as fraudes eletrônicas se torna uma questão premente, especialmente para consumidores e empresas que operam de maneira ética.

Responsabilidade das Empresas

Luã Cruz, coordenador de telecomunicações do Idec, enfatiza que as empresas responsáveis por essas práticas deveriam ser responsabilizadas por violar o Código de Defesa do Consumidor e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.

A Resposta da Anatel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está implementando medidas para combater as ligações abusivas. Cristiana Camarate, superintendente de relações com consumidores da agência, afirma que desde junho de 2022 até março deste ano foram reduzidas 222 bilhões de chamadas nas redes de telecomunicações. A nova iniciativa "origem verificada" permitirá que o nome e o motivo da chamada sejam identificados, promovendo maior segurança para o consumidor.

Nota da Associação Brasileira de Telesserviços

Em resposta a essas preocupações, a Associação Brasileira de Telesserviços declarou que suas associadas trabalham apenas com informações fornecidas pelos clientes e não adquirem listas de dados, além de atuar para reduzir ligações mudas ou insistentes.

Com informações de: Fantástico.

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